domingo, 3 de julho de 2011

Finitude


Dê-me flores
Mas dê-me as de plástico
Porque "as flores de plástico não morrem".
Dê-me um cãozinho
Mas que seja de pelúcia
Para que não chegue o dia dele dormir para sempre.
Dê-me tempo
Mas dê-me pouco dele
Pois esperar demais é aproveitar menos
Dê-me, enfim, o amor
Que não seja mais do tipo efêmero
"Mas que seja infinito enquanto dure"
E que seu tempo seja medido somente
pelo derradeiro fechar de nossos olhos
Para os quais olhará com doces lágrimas
O nosso futuro personificado
Naqueles que fizemos nascer
E nos filhos deles, que vimos crescer.

(Clara Marinho)

Foto: Êmile Marinho

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