Se a lembrança tivesse sobrenome
Seria Perseguição
Abriria-lhe um inquérito
Para maior investigação
Quem perde noites de sono
Sabe do que estou a dizer
E se ela nos atrasa a vida
O que se há de fazer
Lembrança vem no cheiro
No gosto, na imagem
De outro tempo, a mensagem
Pedindo para entrar
Permitindo-a me empurrar
Àquele poço sem volta
Um passado a se afogar.
Àquele mar sem cabelos
Para não me segurar.
E me perco lembrando
Lembrando e a vagar.
(Clara Marinho)
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