sábado, 20 de março de 2010
Sonho
Sorria, com o olhar de sempre
Mas a voz me disse: "Vai se matar!"
Busquei pela mão a culpada
E ela não quis ajudar
Corri, num precipício parei
Ao fundo das águas sombrias
Com toda coragem voei
Rostos, antes belos, tão tortos
Erguia-os todos com pavor
Em meio a tantos já mortos
Pálido estava meu senhor
Minhas asas acima nos levaram
E em meu colo rejuveneceu
Seus olhinhos tão lindos brilharam
Ele sabia que era eu
Em mãos de uma humilde senhora
O pequeno amado entreguei
Dizendo voltar outrora
E que por muito amor o salvei
Ela disse: "Vá sem demora
Ele não tarda a melhorar
Mas volte, querida nora
Um dia ele há de te amar"
(Clara Marinho)
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